terça-feira, 26 de outubro de 2010

Uma vaga lembrança.

Pique esconde na rua.
Uma revoada de pássaros, o tempo fechou.
-Pra dentro, olha a chuva, menino!
Choveu pedra.
Quinze minutos após o termino da chuva, meninada toda na rua de novo. Corrida de barquinho na enxurrada.
Eis que surgi solitário, tonto e ferido em meio às nuvens que já de desfaziam, um pato selvagem.
Uma criança grita: Que pato burro, nem para se esconder da chuva feito os outros. Então pela primeira vez na minha vida, filosofei.
Porque ele não se escondeu da chuva?
Hoje estou tonto, solitário e ferido. Só agora consigo entender que em alguns momentos temos que correr riscos.